Tempos modernos tempos de sociologia helena bomeny



Yüklə 3,76 Mb.
səhifə53/54
tarix02.08.2018
ölçüsü3,76 Mb.
#66365
1   ...   46   47   48   49   50   51   52   53   54
. Acesso em: maio 2016.

MURAD, Maurício. A violência e o futebol: dos estudos clássicos aos dias de hoje. Rio de Janeiro: FGV, 2007.

PEIXOTO, Clarice. Relações intergeracionais: da solidariedade aos maus-tratos. Interseções: Revista de Estudos Interdisciplinares, Rio de Janeiro, ano 11, n. 2, p. 407-421, 2009.

PORTO, Maria Stela Grossi. A violência: possibilidades e limites para uma definição. In: MORAES, Amaury César (Coord.). Sociologia: Ensino Médio.
Página 485

Brasília: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica, 2010. v. 15. p. 103-122. (Coleção Explorando o Ensino). Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

SOARES, Gláucio Ary Dillon. Não matarás: desenvolvimento, desigualdade e homicídios. Rio de Janeiro: FGV, 2008.

Sites

Ministério da Justiça (MJ): . Acesso em: maio 2016.

Portal Violência contra a Mulher: . Acesso em: maio 2016.

Instituto São Paulo contra a Violência (ISPCV): . Acesso em: maio 2016.

Unidade de Polícia Pacificadora (UPP): . Acesso em: maio 2016.

Filmes

Pixote, a lei do mais fraco. Brasil, 1981, 127 min. Direção de Hector Babenco.

Ônibus 174. Brasil, 2002, 100 min. Direção de José Padilha.

Tropa de elite 1. Brasil, 2007, 115 min. Direção de José Padilha.

Tropa de elite 2. Brasil, 2010, 115 min. Direção de José Padilha.

Práticas inter e multidisciplinares no ensino



Escola de paz

As escolas transmitem conhecimentos, mas também devem promover valores. Diante das notícias de crescimento da violência escolar, como sua escola se posiciona? Ela tem incentivado a cultura da paz? Tem contribuído para que os estudantes sejam capazes de compartilhar o mesmo espaço, de zelar pela escola e pelos colegas, de exercitar a tolerância e a solidariedade?

Converse com os alunos a respeito dos aspectos que eles consideram mais frágeis na convivência escolar. Eles poderão dizer que há um clima de forte competição nos estudos ou nos esportes, e isso cria rivalidades; que a experiência escolar é fria e isola os estudantes em pequenos grupos, levando-os a perder o interesse em fazer novas amizades; que o tempo escolar é voltado apenas para os estudos e não dá margem para a convivência etc.

Eles também poderão reconhecer a escola como um espaço pacífico e agregador. Essa conversa é para identificar pontos que precisam ser mudados ou fortalecidos. Compartilhe essas informações com os demais professores, coordenadores e a direção do colégio, e desenvolva com eles um projeto para toda a escola que estimule a paz, a tolerância e a solidariedade. Esse é um “conteúdo” que os alunos levarão para toda a vida.

Comentários e gabaritos

Leitura complementar

O tema abordado no texto possibilita uma discussão antropológica sobre natureza e cultura. As fases da vida humana – nascimento, infância, maturidade, velhice e morte – são acontecimentos biológicos que fazem parte de nossa espécie. Contudo, as representações de cada fase, e mesmo suas demarcações, variam entre as culturas e na história. O uso do termo “velho” pode soar depreciativo, como uma violência que se comete contra o grupo com mais anos de vida da população. Os antropólogos, porém, quando usam esse termo buscam se afastar das designações sociais frequentemente usadas – por exemplo, “terceira idade”, “melhor idade” e “idosos” –, adotando “velho” como uma categoria antropológica para se referir a um grupo social específico. A Antropologia ou Sociologia do envelhecimento constituiu um campo de investigação baseado no surgimento de um novo fenômeno – o rápido aumento da população de mais de 60 anos –, que virou um “problema social”. São muitas as questões relativas à velhice: aposentadoria, saúde pública, ocupação, valor cultural e violência. O texto contribui para mostrar que o fenômeno da violência acompanha as idades da vida e pode ser compreendido não apenas como um fenômeno que ocorre entre estranhos, mas que se desenvolve em grupos dos quais se espera forte solidariedade, como a família. Alguns tipos de violência contra velhos são apontados no texto. Seria interessante discutir com a turma essas formas de violência e despertar a sensibilidade dos jovens sobre o tratamento dado pela sociedade brasileira a essa população. Debata com os alunos as políticas públicas voltadas aos velhos, como a garantia de acesso prioritário (filas) ou preferencial (assentos de transportes coletivos) e gratuidade, sua abrangência e receptividade pelos cidadãos.
Página 486

Sessão de cinema



Falcão – Meninos do tráfico

Alguns entrevistados afirmam que a pobreza os levou para o mundo do crime. O documentário oferece um bom material para explorar a diferença entre as percepções e opiniões de um informante e a interpretação que o cientista social faz de seus depoimentos. Explique aos alunos que o filme não foi produzido com o rigor científico que envolve o trabalho do sociólogo, mas ilustra o desafio que ele enfrenta no momento em que analisa suas fontes – respeitando as concepções de mundo dos atores sociais e, ao mesmo tempo, produzindo um discurso distanciado, afastado de suas primeiras impressões.



Silêncio das inocentes

No documentário, dois entrevistados afirmam que, segundo estimativas, será preciso cerca de 500 anos para que as mulheres alcancem igualdade plena em relação aos homens. Sugerimos que esse seja o ponto de partida para a discussão em sala de aula sobre a violência contra a mulher (e de forma mais ampla, sobre a violência doméstica). Se hoje existe uma lei que coíbe a violência, se há delegacias especializadas, redes de apoio às mulheres e se elas estão cada vez mais independentes devido à maior participação no mercado de trabalho, por que a transformação desejada poderá levar tanto tempo? Sugerimos orientar a discussão para a socialização (construção dos papéis de gênero), sua relação com o fenômeno da violência contra as mulheres e quais possibilidades são abertas para mudar determinado padrão cultural visto como indesejável. A ideia é abordar o tema sob a perspectiva transversal, articulando-o com os conceitos das Ciências Sociais.

Construindo seus conhecimentos

Monitorando a aprendizagem

1. Edmundo C. Coelho formulou um argumento baseado em dados estatísticos. Ao observar os períodos de crise econômica, constatou que os crimes violentos não aumentavam quando subiam as taxas de desemprego. Na opinião de Coelho, a explicação para a violência deveria ser buscada na relação entre crime e impunidade penal – ou seja, não punir o criminoso gera mais violência do que a pobreza.

Alguns pesquisadores contemporâneos deslocaram o foco da pobreza para a desigualdade, que cria os grupos de incluídos e excluídos dos direitos (civis e sociais) e da sociedade de consumo.



2. Alba Zaluar observou que muitos jovens entram para o mundo do crime em busca do prestígio e do poder proporcionados pelas redes criminosas. Eles perseguem um ideal de masculinidade cujo reconhecimento decorre da imposição do medo e da ostentação de bens de consumo que dificilmente conseguiriam fora desse mundo.

3. Em zonas de grande violência – em geral áreas desfavorecidas economicamente – haveria a convivência entre a ordem institucional-legal e uma ordem norteada pelo princípio da violência. A sociabilidade violenta se diferencia daquela que predomina na máfia ou em gangues por não estar pautada na negociação ou no convencimento, mas no uso da força (muitas vezes letal) que incide sobre os cidadãos de bem, sobre os criminosos de grupos rivais e também sobre os integrantes do próprio grupo criminoso. O uso regular da violência cria um clima geral de incertezas em que nenhuma das partes envolvidas no ato criminoso sabe como agir.

4. Em um Estado regido pelos princípios democráticos, as liberdades individuais e coletivas são afirmadas e garantidas por normas e direitos. Ao negar as leis que foram aceitas pela sociedade, negam-se a legalidade e a democracia.

Quando a legalidade é substituída pela ilegalidade, os cidadãos ficam prisioneiros do despotismo dos criminosos – armados ou não –, e os direitos humanos (direito à liberdade, à vida, à propriedade etc.) são desrespeitados.

As taxas de violência e criminalidade podem ser reduzidas com a participação cidadã (que significa fazer valer direitos e deveres, denunciar irregularidades, pressionar para que o Estado garanta a segurança pública etc.) e com o compromisso do Estado (que detém o monopólio da violência nas sociedades democráticas por intermédio da Justiça e da força policial) de promover a segurança pública. Desse modo, o fortalecimento da democracia é o que garante o respeito aos direitos humanos e a redução da violência nas sociedades.

De olho no Enem

A questão 1 testa a habilidade de leitura de gráficos e tabelas. No entanto, seu tema é rico para promover discussões com a turma:

A. Medidas drásticas são eficazes para conter a violência?
Página 487

B. Como a violência doméstica se configura? Quem são as vítimas e quem são os criminosos? Como a Lei Maria da Penha pode contribuir para a redução do fenômeno?

C. O desenvolvimento econômico das cidades do interior tem sido acompanhado pelo aumento da criminalidade. Como isso pode ser explicado sem cair na fórmula de que o pobre é bandido?

A questão 2 possibilita relacionar o número crescente de assassinatos de homossexuais e transexuais na sociedade brasileira contemporânea às suas raízes históricas. Também aborda práticas da violência contra grupos minoritários e a da cultura que sustenta a homofobia.

As questões 3 e 4 abordam a relação de duas instituições com a violência: a lei e a mídia. Discuta com os alunos em que medida elas podem favorecer ou reduzir o fenômeno da violência.

Assimilando conceitos

1. a) O título está localizado na parte inferior da charge: VIOLÊNCIA.

b) A charge mostra que a polícia (ou o policial) é considerada por vários setores da sociedade a única responsável pelo problema da violência. É como se ela tivesse de resolver tudo sozinha. No entanto, a charge também sugere que há outros responsáveis pelo combate à violência – a Igreja, a família, o Estado, os governos –, que deveriam fazer sua parte, mas não estão fazendo. Observação: há muitas discussões e debates públicos a respeito das falhas da polícia e de sua ineficiência. É comum ouvirmos falar na corrupção dentro da instituição, no despreparo dos policiais, na insuficiência de efetivos, na falta de recursos materiais, nos baixos salários etc.

c) Não. Há um conjunto de situações que gera o problema da violência. Segundo a charge, essas situações são as barreiras culturais para a realização de uma política de controle da natalidade, a desestruturação dos laços familiares, a redução das oportunidades por ineficiência do sistema escolar e a falta de uma política de trabalho.

d) A questão apresentada não tem uma resposta fechada. É uma proposta para reflexão e discussão com os alunos em sala de aula. É importante ajudá-los a compreender que o Estado, por meio de instituições, cria leis (normas), julga (criminosos), promove a segurança pública (policiamento, delegacias, repressão ao crime etc.). Se as leis são frouxas ou inexistentes, se a Justiça não pune (impunidade) e se não há políticas de segurança, o fenômeno da violência tende a crescer. As “engrenagens” dos poderes do Estado (Legislativo, Judiciário e Executivo) precisam articular-se para o controle da violência.

Quanto às instituições socializadoras, como família, escola, igreja etc., elas podem tanto promover a convivência social pacífica e de tolerância quanto, por outro lado, ser espaços de violência. As Ciências Sociais têm contribuído para a compreensão da relação entre as instituições sociais e a violência por meio de nomes como Michel Foucault, Pierre Bourdieu, Norbert Elias e tantos outros que procuraram investigar essas relações.



Olhares sobre a sociedade

1. a) O manifesto é da autoria de associações e entidades representativas da área das comunicações – jornais, revistas, rádios, emissoras de televisão e tecnologia.

b) Violência contra o patrimônio (roubos, vandalismos, extorsões, sequestros etc.), contra a vida (homicídios, lesões físicas etc.) e contra as instituições democráticas (ilegalidade, falta de credibilidade das autoridades públicas, desprestígio das instituições democráticas).

c) A manutenção da democracia depende da autoridade, da credibilidade e do prestígio de suas instituições. A violência coloca em xeque o estado democrático de direito porque a criminalidade corrói a certeza da aplicação da lei em razão da impunidade.

d) Sim. A ênfase do manifesto está na impunidade como uma das principais causas do crescimento da violência e suas consequências sobre o Estado democrático.

e) Vale a pena lembrar as discussões que abordam o papel dos meios de comunicação sob dois aspectos: negativo, graças a programas e mensagens que estimulariam uma cultura violenta, e positivo, pela possibilidade de atuarem como veículos para denúncias, informações e campanhas educativas.
Página 488

Seria interessante abordar com os alunos esses enfoques e os argumentos associados a eles.



Exercitando a imaginação sociológica

A coletânea que compõe a proposta de redação traz materiais de diversas naturezas que os alunos têm encontrado abundantemente neste livro: texto jornalístico, gráfico, infográfico e cartaz de campanha pública.

Antes do desenvolvimento da atividade, você pode organizar a turma em pequenos grupos e dar a cada um deles a tarefa de explorar um dos textos da coletânea. Eles deverão interpretar e inferir algo a respeito da informação. Depois, cada grupo deve compartilhar as descobertas com a turma. Os demais alunos podem reagir ao que os colegas apresentarem – concordando ou discordando de suas inferências. Essa dinâmica visa desenvolver neles a habilidade de trabalhar com diferentes informações, considerando sua natureza e conteúdo. E, mais do que isso, pretende mostrar que a informação deve ser processada de acordo com o que foi aprendido durante as aulas. Eles precisam reunir dados para avaliar se há ou não persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.

Capítulo 21: O que os brasileiros consomem?

Orientações gerais

Objetivos

Ao longo das aulas, os alunos deverão:

• identificar contribuições das Ciências Sociais para a compreensão do fenômeno do consumo;

• compreender como os padrões de consumo se relacionam com as posições sociais dos indivíduos;

• relacionar consumo e inclusão/exclusão social;

• relacionar padrões de consumo e os valores culturais dos brasileiros;

• compreender o papel da publicidade na formação de padrões de consumo e na elaboração cultural de imagens sobre os consumidores;

• entender as relações entre consumo e cidadania – os direitos e deveres dos consumidores – e algumas questões éticas envolvidas no ato de consumir;

• relacionar consumo e sustentabilidade.

Recursos e questões motivadoras

A proposta desse capítulo é ampliar a compreensão dos estudantes acerca do fenômeno do consumo. O ato de consumir é facilmente associado à esfera econômica. Contudo, o consumo também está ligado ao campo da cultura, operando no processo de construção da identidade de grupos (ver Capítulo 17), segmentos sociais e comunidades nacionais.

A relação entre consumo e cultura é analisada com base em três recortes temáticos: acesso e consumo de bens culturais; consumo de alimentos; padrões de consumo da nova classe média brasileira (classe C).

No que tange à publicidade (marketing), a questão cultural também está presente. No atual modelo econômico, os produtos tendem a ser “personalizados” ou voltados para segmentos específicos. Com isso, a publicidade segmenta-se por grupos etários, faixas de renda, gênero, grupos étnicos etc. Seja na pesquisa de mercado, seja na produção de peças publicitárias, o conhecimento do perfil (econômico, social e cultural) dos potenciais consumidores de determinados produtos é levado em conta. Além disso, o marketing pode ser analisado como um elemento favorável à afirmação e/ou estereotipação de grupos sociais, repercutindo na relação identidade/ diferença e na dimensão ideológica (valores sociais).

O tema do consumo pede uma análise do sentido de algumas expressões frequentemente empregadas no dia a dia. A primeira delas é “sociedade de consumo”. Toda sociedade humana, do presente ou do passado, é sociedade de consumo, no sentido de que precisa dispor da natureza para produzir e, consequentemente, consumir o que é necessário à sobrevivência. O fato de a expressão “sociedade de consumo” ser empregada no contexto capitalista contemporâneo deve-se ao aprofundamento da divisão social do trabalho, em que cada indivíduo se mantém em relação de codependência com outros, e todos são produtores e consumidores de algo. Sendo assim, o consumo configura-se como uma das “ligas” da sociedade e, ao mesmo tempo, opera como dimensão segregadora. O desenvolvimento científico-tecnológico e a ampliação do espectro dos chamados “bens de civilização” (água encanada, linha de esgoto, meios de comunicação e de transporte, moradia, alimentação, educação, saúde etc.) colocam a questão do consumo em termos de inclusão/exclusão dos cidadãos e o papel do Estado nesse processo.
Página 489

Sendo assim, outra expressão que deve ser discutida com a turma é “consumidor cidadão”, que remete à ideia de acesso (participação) e de responsabilidade social perante as consequências do consumo em larga escala, especialmente com relação ao meio ambiente.

Desenvolvendo as aulas

Debata o texto com os alunos. Sugerimos que inicialmente seja trabalhada a Leitura complementar (ver comentários) e que seja reservado um tempo para a exibição e discussão do documentário Muito além do peso, indicado na Sessão de cinema (ver comentários).

Aborde os conceitos. Propomos, também, que você explore o conceito de estratificação social. Na linguagem técnica costuma-se falar em classes A, B, C, D e E. Construa com a turma informações sobre esses grupos, levando em conta os indicadores usados para definir seus perfis e seus padrões de consumo. Seria interessante selecionar reportagens (de jornais ou revistas) recentes sobre os diferentes segmentos sociais como recurso didático.

Um tema que sugerimos que tenha espaço nas aulas são as relações sociais – em especial, as relações de poder manifestadas por meio do preconceito social. Retome a discussão sobre estereótipos, tecendo relações com o consumo (alimentos, roupas, bens culturais etc.). É importante desnaturalizar os padrões de comportamento e de consumo dos grupos sociais e mostrar como estão relacionados à socialização, à sociabilidade e às instituições socializadoras (entre elas, as mídias), confrontando com a percepção “essencialista” de senso comum.

As reflexões propostas contribuem para a compreensão da complexidade da vida social, na qual as dimensões econômica, cultural, social e política estão implicadas o tempo todo umas nas outras.

Recursos complementares para o professor



Leituras

BARBOSA, Lívia; CAMPBELL, Colin. Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

MARX, Karl. O fetichismo da mercadoria: seu segredo. O capital. Crítica da economia política. Livro primeiro: o processo de produção do capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

PORTILHO, Fátima; CASTANEDA, Marcelo; CASTRO, Inês Rugani Ribeiro de. A alimentação no contexto contemporâneo: consumo, ação política e sustentabilidade. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, Abrasco, v. 16, n. 1, p. 99-106, jan. 2011. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

ROCHA, Ângela da; SILVA, Jorge Ferreira da (Org.). Consumo na base da pirâmide: estudos brasileiros. Rio de Janeiro: Mauad, 2009. p. 13-18.

SORJ, Bernardo. A nova sociedade brasileira. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006.

TASCHNER, Gisela. Cultura, consumo e cidadania. São Paulo: Edusc, 2009.



Sites

Portal do Consumidor – Procons:


. Acesso em: maio 2016.

Inmetro – Informações ao consumidor:


. Acesso em: maio 2016.

Filmes

BMW vermelho. Brasil, 2000, 19 min. Direção de Edu Ramos e Reinaldo Pinheiro. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

Ilha das flores. Brasil, 1989, 13 min. Direção de Jorge Furtado. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

Super size me. EUA, 2004, 100 min. Direção de Morgan Spurlock.

1,99 – Um supermercado que vende palavras. Brasil, 2003, 72 min. Direção de Marcelo Masagão.



Criança, a alma do negócio. Brasil, 2009, 49 min. Direção de Estela Renner.

Atividade cultural recomendada para a turma



Vamos reciclar!

Quanto mais consumimos, mais sobrecarregamos o meio ambiente com a extração de matérias-primas e a produção de lixo. Como a escola pode ajudar a minimizar os impactos do consumo sobre o meio ambiente? Reúna-se com os professores de Ciências e Arte e crie um projeto para toda a escola, cujo objetivo seja uma nova finalidade ao lixo escolar – envolva os alunos e o grêmio na realização dessa tarefa, que reforça as ideias de responsabilidade social, cidadania e solidariedade estudadas nos capítulos anteriores.


Página 490

Comentários e gabaritos

Leitura complementar

Consumo geralmente lembra consumismo – uma ideologia que nos convoca à futilidade e à ostentação, ligadas à cultura de massas. Ainda que esses aspectos estejam fortemente relacionados ao tema do consumo, as Ciências Sociais têm trazido novas contribuições para a discussão, enfatizando outros pontos. A Antropologia, por exemplo, contribui ao inserir a noção de gosto na discussão mais ampla de natureza e cultura, mostrando que as escolhas, os desejos de consumo, além de serem marcadores de identidade dos grupos, são moldados culturalmente (parte dessa discussão foi desenvolvida no Capítulo 17). A Sociologia e a Ciência Política têm abordado o tema no âmbito das discussões sobre os direitos de cidadania: “sociedade de consumo” não é exclusivamente uma sociedade consumista, mas uma sociedade em que o consumo também representa inclusão, acesso, desenvolvimento e sustentabilidade. Além disso, essas disciplinas têm propiciado o debate sobre os efeitos do consumo no corpo coletivo, no meio ambiente e mesmo na esfera privada, envolvendo questões sobre privacidade e segurança.

Sugerimos que esse texto (ou seu conteúdo) seja trabalhado com a turma antes do desenvolvimento dos pontos abordados no capítulo. Isso possibilitará aos alunos que contextualizem as discussões sobre consumo de bens culturais, campanhas publicitárias e comportamento da nova classe média no Brasil em um conjunto mais amplo de questões que envolvem o tema do consumo nas Ciências Sociais.

Sessão de cinema



Estamira

Uma discussão sobre as pessoas que vivem do lixo. Elas são refugo social ou párias? Seria interessante abordar com os estudantes como a exclusão relaciona-se com o consumo: não poder adquirir uma casa, roupas, alimentos, medicamentos... alargando a compreensão de que consumo não se restringe ao consumismo.



Muito além do peso

O filme aborda o consumo de alimentos industrializados e calóricos pelas crianças como efeito da propaganda voltada ao mercado infantil. O tema possibilita ao expectador perceber que uma questão de saúde pública mantém fortes relações com as demais dimensões da vida social. Seria interessante ampliar a questão para além da obesidade infantil e apresentar dados estatísticos da OMS, por exemplo, mostrando como a industrialização, o modo de vida urbano mais sedentário e outros fatores vêm ao longo do tempo alterando os hábitos alimentares dos brasileiros e as alternativas que surgem apoiadas em outros conceitos de alimentação. Ajude os alunos a descobrir as dimensões socioantropológicas da alimentação.



Construindo seus conhecimentos

Monitorando a aprendizagem

1. a) Refrigerante, papel de presente, balas e doces.

b) Tangíveis: alimentos da cesta básica, vestimentas, moradia, material escolar. Intangíveis: luz elétrica, serviço escolar, serviço de saúde.

c) Renováveis: água, vento, energia solar, carvão vegetal (desde que haja reflorestamento). Não renováveis: petróleo, gás natural, carvão mineral.

2. Por mais naturais que nossos gostos e preferências possam parecer, há neles presença marcante da sociedade em que estamos inseridos. Assim, quando vivemos em um meio que aprecia samba, funk ou música clássica, educamos nossos ouvidos para esses estilos. Além disso, também aprendemos a apreciar os alimentos ou a optar por determinadas roupas devido à socialização que tivemos. Há a possibilidade de apresentarmos particularidades em relação ao grupo e à cultura a que pertencemos, tornando-nos diferentes ou fazendo escolhas diferentes, mas a cultura e os grupos sociais têm forte participação na moldagem de nossos gostos.

3. Verduras, legumes, cereais, carnes, ovos e leite não são consumidos apenas da forma como a natureza os oferece ao ser humano (crus). Quando assados, cozidos, combinados, separados, cortados, processados ou industrializados, eles adquirem formas culturais – transformam-se em comida. Por isso, a culinária (arte de cozinhar) e a nutrição (ciência da boa alimentação) são expressões culturais. Outros exemplos: os judeus não misturam leite com carne, e os norte-americanos inventaram o cheeseburger, sanduíche que combina carne e queijo (derivado do leite). Em ocasiões festivas fazemos pratos especiais, como o peru no Natal, o bacalhau e o chocolate na Páscoa, o bolo em aniversários, o churrasco em dias de futebol etc.
Página 491

4. A cidadania abre e fecha as possibilidades para os indivíduos consumirem determinados produtos. A educação, a segurança pública, o acesso aos espaços de cultura podem ser considerados direitos que os cidadãos-consumidores têm nesse campo. Em contrapartida, há também os deveres: ser um consumidor consciente de que suas escolhas têm consequências sobre o meio ambiente, sobre as relações de trabalho, sobre os direitos autorais e até mesmo sobre a distribuição da riqueza por meio dos impostos.

De olho no Enem

1. Explora aspectos históricos e culturais do consumo de determinado alimento pela sociedade brasileira.

2. Aborda uma prática de racionalização do consumo de energia. Discuta com os alunos como essa problemática está relacionada com a cidadania.

3. Quanto mais consumimos mais produzimos lixo. O que fazer com ele? Quais são as consequências para o meio ambiente? A questão possibilita um debate sobre consumo, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.

4. A questão discute a relação entre produção e o consumo no contexto industrial capitalista. A propaganda não é a mera divulgação de um produto, mas, de acordo com o geógrafo brasileiro Milton Santos, cria novas necessidades: a procura antecede a produção de bens e serviços.

Assimilando conceitos

1. a) Trata-se de um depósito de lixo. Há homens e mulheres de diferentes faixas etárias selecionando materiais jogados no lixo e recolhendo-os em sacolas plásticas. Eles formam um grupo de trabalhadores conhecido como catadores de lixo.

b) Catação e reciclagem de lixo.

c) Consumo: o lixo é tudo aquilo que é descartado por ser considerado inútil, desnecessário ou sujo. Os materiais encontrados no lixo (embalagens dos alimentos, os próprios alimentos, objetos etc.) ajudam a identificar o estilo de consumo de uma população.

Meio ambiente: restos de vegetais e alimentos, embalagens de produtos, materiais recicláveis (vidros, alumínio, plástico, papel), materiais tóxicos (pilhas e baterias), quando jogados no lixo indiscriminadamente, sem passar por uma “reciclagem” prévia no local de origem, ajudam a avaliar a relação que uma população tem com o meio ambiente – quanto maior a separação do lixo, maior a educação e a consciência ecológica de uma população. Há materiais que levam dezenas ou centenas de anos para se decompor e, quando jogados de qualquer maneira no lixo, poluem o meio ambiente.

Desigualdades sociais: a imagem mostra os catadores de lixo, que são trabalhadores informais com baixíssima remuneração; em contrapartida, esse lixo é produzido em grande parte por segmentos sociais abastados.

Cidadania: é dever do Estado e da sociedade agir em prol da preservação do meio ambiente e, por isso, toda ação que minimize a poluição é um ato de cidadania. Por outro lado, todo cidadão tem direito a condições dignas de sobrevivência (moradia, alimentação, trabalho). A imagem mostra aspectos ligados à cidadania que precisam ser aprimorados no Brasil.



Olhares sobre a sociedade

Direitos

– Todos os que estão estabelecidos no Código de Defesa do Consumidor. Já estes direitos não foram citados no artigo, mas são bastante conhecidos: substituição do produto com defeito de fabricação; assistência técnica; esclarecimentos sobre uso (manual); comunicação da empresa com o consumidor pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC); entrega na data prevista; qualidade e segurança do produto etc.

Deveres

– Usar racionalmente a água canalizada.

– Preservar rios e mares.

– Conhecer a origem dos produtos consumidos e as relações de trabalho envolvidas em sua produção.

– Não circular com carros sem catalisadores, pois aumentam a poluição do ar.

– Não consumir ou oferecer alimentos industrializados que façam mal à saúde.


Exercitando a imaginação sociológica

A coletânea de textos oferece diversos subsídios e dados para que os alunos tirem conclusões e dissertem sobre: “Publicidade infantil em questão no Brasil”. Os materiais disponibilizados têm sido explorados abundantemente neste livro: texto jornalístico, mapa e um fragmento de texto de especialista no assunto.

O texto 1 informa sobre o embate entre o Conanda (que aprovou a resolução, sem peso de lei, sobre publicidade infantil) e o Conar (que autorregulamenta matérias). Com base nas informações apresentadas é possível fazer as seguintes perguntas: Por que a propaganda direcionada ao público infantil deveria ser regulamentada? A quem caberia regulamentar essa matéria?
Página 492

Quais particularidades da propaganda estimulam o consumo das crianças? Por que as crianças são vistas como consumidores diferentes dos consumidores adultos?

O texto 2 oferece um mapa comparativo que mostra como a matéria é tratada em outros países. É importante destacar a relevância do assunto e mencionar que cada sociedade elaborou respostas distintas para ele – as quais não são definitivas. Por essa razão, o tema está sendo debatido no Brasil – indicado no mapa como país que não tem leis sobre essa matéria.

O texto 3 discute caminhos fora do campo legal para minimizar os efeitos da publicidade infantil sobre as crianças. O caminho apontado passa pela educação, ou seja, a preparação das crianças para lidar com as informações que chegam até elas.

Capítulo 22: Interpretando o Brasil

Orientações gerais

Objetivos

Ao longo das aulas, os alunos deverão:

• compreender que os hábitos mais comuns dos indivíduos nos ajudam a entender como uma sociedade concebe a si mesma e como é percebida por integrantes de outras sociedades;

• conhecer as interpretações feitas por dois intelectuais da sociedade brasileira – o “homem cordial”, de Sérgio Buarque de Holanda, e o “jeitinho brasileiro”, de Roberto DaMatta;

• entender como os brasileiros se relacionam com as dimensões pública e privada com base nas duas interpretações apresentadas;

• relacionar as manifestações culturais do mundo rural e a construção de uma “nova ruralidade” na contemporaneidade a seus processos históricos;

• identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico brasileiro.

Recursos e questões motivadoras

O Brasil foi palco de dois eventos esportivos mundiais – a Copa do Mundo da Fifa 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016. Além da logística desses eventos, que suscitaram debates acalorados, a identidade nacional brasileira volta e meia é evocada: nação alegre, povo simpático, terra do samba, futebol e praia, país da diversidade etc. A reflexão sobre o Brasil como nação e sua cultura não é recente. Desse modo, contextualizar as discussões acerca do povo brasileiro e da cultura é um dos objetivos do estudo dessa unidade. Para isso, sugerimos o desenvolvimento de um projeto multidisciplinar que envolva História e Literatura – disciplinas que também trabalham com a ideia de nação brasileira (Império, República). A atividade pode abranger uma exposição na escola, uma ação cultural ou mesmo uma pesquisa.

Sugerimos que o conceito de identidade nacional seja trabalhado com a turma. Fique atento para compreensões “essencialistas”, por exemplo, “brasileiro é assim, nasce assim, tem esse temperamento...”, que naturalizam aspectos identitários construídos culturalmente ou que são estereótipos, muitos deles elaborados no estrangeiro.

A discussão do capítulo remete ao campo interdisciplinar do pensamento social brasileiro. Aqui foi dado destaque à obra de Sérgio Buarque de Holanda e à do antropólogo Roberto DaMatta, mas não resta dúvida de que haveria muitos outros nomes que poderiam ser abordados. Em vários capítulos apresentamos intelectuais e cientistas sociais que se deram a tarefa de interpretar o Brasil, como Victor Nunes Leal, Darcy Ribeiro, Gilberto Freyre, Florestan Fernandes, Josué de Castro, João do Rio e outros. A recuperação do plano geral do trabalho desses intelectuais pode contribuir para que os estudantes tenham uma compreensão mais ampla desse campo de discussão.

Desenvolvendo as aulas

Sugerimos que você desenvolva a atividade Olhares sobre a sociedade para introduzir o tema do capítulo. São dez frases consagradas a respeito do Brasil que os alunos terão de defender ou refutar (ver comentários).

Recomendamos que você explore a tela de Almeida Jr. que abre o capítulo – O violeiro – e exiba algumas cenas do filme Jeca Tatu. O caipira e o sertanejo estavam no centro da reflexão sobre o Brasil no início do século passado, e a Leitura complementar apresenta um texto que aborda a ruralidade no início do século XXI (ver comentários).


Página 493

Esse contraponto pode ser feito com o objetivo de discutir o conceito de cultura, mudanças culturais e identidade cultural.

Oriente uma pesquisa. “O que faz o brasil, Brasil?” Essa foi a pergunta que o antropólogo Roberto DaMatta se propôs a responder. Ele buscou compreender a “identidade brasileira” no futebol, no jogo do bicho, na literatura, no Carnaval, no “jeitinho brasileiro” e em muitos outros temas. Coloque para a turma a seguinte questão: Por onde podemos começar a investigar a sociedade brasileira? Pela música popular brasileira (MPB), folclore, festas populares, novelas, culinária, literatura, arte das ruas, capoeira etc.? Organize a turma em grupos de trabalho para investigar o Brasil do século XXI, tomando como exemplo a estratégia de Roberto DaMatta – formular uma pergunta que norteará a investigação.

Recursos complementares para o professor



Leituras

CUNHA, Euclides da. Os sertões. 2. ed. Crítica por Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Ática, 2001.

FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. 3. ed. rev. São Paulo: Globo, 2001.

HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Cultura é patrimônio: um guia. Rio de Janeiro: FGV, 2008.

TOLEDO, Luís Henrique de. No país do futebol. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.

TRAVASSOS, Elizabeth. Modernismo e música brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

Sites

Ministério da Cultura (MinC): . Acesso em: maio 2016.

Recomendamos os sites de museus, teatros, galerias, centros de cultura etc. presentes em todos os estados brasileiros.

Filmes

Raízes do Brasil. Brasil, 2003, 146 min. Direção de Nelson Pereira dos Santos.

Intérpretes do Brasil. Brasil, 2001, 342 min. Direção de Isa Grinspum Ferraz.

Deus e o diabo na terra do sol. Brasil, 1964, 125 min. Direção de Glauber Rocha.

Macunaíma. Brasil, 1969, 95 min. Direção de Joaquim P. de Andrade.

Cronicamente inviável. Brasil, 1999, 101 min. Direção de Sérgio Bianchi.

Curso na internet

“Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda”. Dez aulas realizadas pelo Instituto de Estudos Brasileiros, da Universidade de São Paulo. Disponível no site da TV Univesp:


Yüklə 3,76 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   46   47   48   49   50   51   52   53   54




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin