Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 27 jan. 2016.

Cotidiano

Rico

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© RICO


RICO. Disponível em: . Acesso em: 27 jan. 2016.

1. Nas duas tiras, há expressões que são usualmente empregadas em seu sentido figurado. Que expressões são essas?

> Explique o sentido que cada uma dessas expressões costuma assumir na língua portuguesa.

2. A primeira tira foi publicada para homenagear o dia do jornalista. Que elementos fazem alusão a esse profissional?

3. Agora, observe os traços físicos da personagem que pergunta “Você acha mesmo?” na segunda tira. O que essa caracterização e o fato de os dois homens estarem na parte de baixo do globo terrestre sugerem sobre a origem dessa personagem? Explique.

4. O humor, nas duas tiras, é produzido pelo sentido inesperado atribuído às expressões identificadas na questão 1. Que sentido é esse?

> Por que, em cada uma das tiras, o uso dessas expressões produz um efeito de humor?
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Observe a tira a seguir para responder às questões de 5 a 8.



Rango

Edgar Vasques

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© EDGAR VASQUES

VASQUES, Edgar. Rango. Disponível em: . Publicada em: 7 jun. 2010. Acesso em: 27 jan. 2016.

5. As tiras da personagem Rango retratam a difícil realidade de brasileiros que vivem em uma situação de extrema pobreza. Que elementos, na tira, remetem a essa realidade?

> O segundo quadrinho da tira introduz um novo espaço. Descreva-o brevemente.

6. Um dos espaços ilustrados é colorido e o outro, não. Por que essa observação pode ser relacionada às realidades representadas por eles?

7. Uma das falas da tira pode ser interpretada de duas maneiras. Que fala é essa?

> Essa fala pode ser lida de modo literal ou figurado. Considerando o contexto, qual o significado que ela assume em cada um desses casos?

8. O objetivo do autor da tira é criticar uma situação que deveria ser objeto de atenção dos políticos. Qual dos sentidos contribui para que tal crítica seja compreendida? Explique.

Relações lexicais

Leia atentamente o diálogo entre mãe e filho para responder às questões de 1 a 4.



Armandinho

Alexandre Beck

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© ALEXANDRE BECK

BECK, Alexandre. Armandinho Dois. Florianópolis: A. C. Beck, 2014. p. 67.

1. A mãe do menino Armandinho está chamando a atenção dele. Por que razão ela faz isso?

2. Qual é a reação de Armandinho?

3. A resposta dada por Armandinho é responsável pela construção do humor da tira. Por quê?

4. O Dicionário Houaiss da língua portuguesa registra doze significados para o verbo arrumar. Entre eles, estão os seguintes:

De acordo com o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, a segunda acepção apresentada é derivada de um regionalismo.

2 [...] pôr (algo) em certa ordem conveniente ou apropriada; arranjar, compor, dispor [...]

11 [...] obter (algo), satisfazendo um desejo; conseguir, arranjar [...]

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 195. (Fragmento).


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> Podemos associar a primeira definição do termo ao sentido que o verbo tem para a mãe e, a segunda, ao sentido que tem na fala do filho. Com base na definição dada pelo dicionário, como você explica essa mudança de sentido, no contexto da tira?

O diálogo entre mãe e filho permite concluir que, em diferentes contextos (cultural, temporal, social, etc.), o sentido das palavras pode mudar. A esse fenômeno chamamos polissemia.



Tome nota

Polissemia é a multiplicidade de sentidos que uma mesma palavra da língua pode apresentar, em diferentes contextos de uso.

Relações de sentido entre as palavras

Outras relações de sentido, além da polissemia, envolvem diferentes palavras da língua. Para compreender essas relações de sentido entre as palavras que constituem o léxico (o vocabulário da língua), devemos analisar a maneira como elas são utilizadas nos textos. Veja.



Piada

Não faltam piadas sobre hipotéticos extraterrenos e suas reações às esquisitices humanas. Tipo “o que não diria um marciano se chegasse aqui e...” Como já se sabe que Marte é um imenso terreno baldio onde não cresce nada, o proverbial homenzinho verde teria que vir de mais longe, mas sua estranheza com a Terra não seria menor. Imagine, por exemplo, um visitante do espaço olhando um mapa do Brasil e depois sendo informado de que um dos principais problemas do país é a falta de terras. Nosso homenzinho teria toda razão para rolar pelo chão gargalhando por todas as bocas.

Verissimo, Luis Fernando. Novas comédias da vida pública: a versão dos afogados. Porto Alegre: L&PM, 1997. p. 115. (Fragmento).

No texto, um mesmo conceito — ser extraterrestre — é recuperado por diferentes palavras e expressões: extraterrenos, marciano, homenzinho verde, visitante do espaço e nosso homenzinho. No interior do texto, todas essas palavras e expressões estão relacionadas porque assumem um mesmo sentido.



Chamar a atenção dos alunos para o fato de que a expressão nosso homenzinho só adquire o sentido de “ser extraterrestre” no interior do sistema de referências desse texto. Caso o contexto fosse outro e o texto tratasse carinhosamente de um brasileiro ilustre de baixa estatura — o estadista Rui Barbosa, por exemplo —, a mesma expressão mudaria de sentido e passaria a fazer referência a essa personagem histórica. Isso ocorre porque tanto o pronome (nosso) como o substantivo (homenzinho) possuem uma significação mais geral e podem ser associados a referentes distintos, a depender do contexto.

Tome nota

Quando, em um texto, há a presença de vários termos relacionados a um mesmo conceito ou ideia, dizemos que formam um campo semântico.

Todas as palavras e expressões do texto cumprem uma função específica: fazer referência ao conceito de ser extraterrestre. Conheceremos, agora, várias relações de sentido que se estabelecem entre palavras e expressões da língua portuguesa.

Sinonímia e antonímia

Observe a propaganda de uma revista especializada em automóveis.

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QUATRO RODAS/EDITORA ABRIL



Superinteressante. São Paulo: Abril, n. 217, set. 2005.

No texto, os termos sinal, semáforo, sinaleira e farol referem-se a um mesmo aparelho de sinalização das vias urbanas, utilizado para orientar o tráfego. São, portanto, sinônimos.



Tome nota

Sinonímia é a relação de semelhança de sentido entre palavras e expressões da língua. Cada um dos termos de sentido semelhante é chamado de sinônimo dos outros termos com os quais se relaciona semanticamente.
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Homonímia e paronímia são relações formais que se estabelecem entre as palavras da língua. Como, nesta seção, estamos discutindo relações de natureza semântica, optamos por tratar dos homônimos e parônimos no Capítulo 13, quando falamos sobre questões ortográficas, uma vez que esses conceitos têm relação direta com o modo como são grafadas as palavras no português.

Os sinônimos nunca apresentam uma identidade completa de significado. Falantes de diferentes variedades linguísticas, por exemplo, podem optar por um dos termos sinônimos e atribuir ao outro um sentido diferente.

Em algumas cidades do estado de São Paulo, o termo sinal não é utilizado como sinônimo do aparelho de sinalização das vias urbanas. Esse aparelho é chamado de semáforo. Nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, porém, os falantes não usam semáforo; preferem sinal, forma reduzida da expressão sinal de trânsito.

Quando, ao escrever um texto, você procurar um sinônimo para retomar alguma ideia e evitar repetições, deve garantir que a nova palavra escolhida seja adequada ao contexto do texto que está sendo elaborado.

Observe, agora, a tira abaixo:

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© CAULOS


CAULOS. Só dói quando eu respiro. Porto Alegre: L&PM, 2001. p. 56.

O cartunista Caulos explora os sentidos opostos de forte e fraco para destacar uma situação de desigualdade social. Os fracos (economicamente) carregam os fortes (mais ricos). Fisicamente, a relação que se cria é também de oposição, surpreendendo o leitor, porque as pessoas consideradas “fracas” são as que têm força suficiente para sustentar as outras sobre os próprios ombros. Os termos que se opõem nesse cartum são antônimos.



Tome nota

Antonímia é a relação de oposição de sentido entre palavras e expressões da língua. Cada um dos termos de sentido contrário é chamado de antônimo do outro termo ao qual se opõe semanticamente.

No caso dos antônimos, também é bom lembrar que nem sempre dois termos têm sentidos exatamente opostos, mas podem estabelecer uma relação semântica, em um texto, que sugere uma oposição de sentido.

Hiperonímia e hiponímia

Você já deve ter notado que existem, na língua, palavras de significado mais abrangente, que nomeiam todo um conjunto de seres, objetos, sentimentos.



Veículo

Trem

Carro

Ônibus

Motocicleta

Carroça, etc.

O termo veículo pode ser usado para fazer referência a qualquer um dos termos a ele ligados. “Veículo” é um hiperônimo.

Tome nota

Hiperonímia é a relação que se estabelece entre um termo cujo significado pode ser considerado mais abrangente com relação ao significado de um conjunto de outras palavras com as quais se relaciona. Essas palavras de sentido mais específico são seus hipônimos.

Veja alguns outros exemplos desse mesmo tipo de relação semântica.



Hiperônimo

Hipônimos

Ave

Codorna, galinha, peru, pato, faisão, etc.

Acontecimento

Festa, comício, passeata, reunião, etc.

Inseto

Mosca, pernilongo, barata, formiga, besouro, etc.

Sofrimento

Dor, tristeza, angústia, etc.

ATIVIDADES

Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 4.



O permanente e o provisório

O casamento é permanente, o namoro é provisório.


O amor é permanente, a paixão é provisória.
Uma profissão é permanente, um emprego é provisório.
Um endereço é permanente, uma estada é provisória.
A arte é permanente, a tendência é provisória.
De acordo? Nem eu.
Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do
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cinema, da meditação. O que eu fui ontem e anteontem já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é meu dia, nenhum outro.

Amor permanente... Como a gente se agarra nessa ilusão. Pois se nem o amor por nós mesmos resiste tanto tempo sem umas reavaliações. Por isso nos transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar, de deixar para trás nossos imensuráveis erros, nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra dentro de nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um do outro.

Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe — até que o tempo vire.

Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível. Canso menos, me divirto mais e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.

MEDEIROS, Martha. Coisas da vida. Porto Alegre: L&PM, 2005. p. 39-40.



1. O texto transcrito é construído com base nos elementos associados aos adjetivos permanente e provisório. O que significa cada um desses adjetivos?

a) Que tipo de relação lexical, ou seja, relação de sentido entre as palavras, é estabelecida entre eles?

b) De que maneira os elementos associados a cada um desses adjetivos contribuem, à primeira vista, para comprovar a relação lexical estabelecida entre esses termos?

2. Qual é a opinião da autora do texto sobre o que costuma ser visto como o caráter permanente do casamento e do amor?

a) Que argumentos são utilizados por ela para comprovar essa opinião?

b) De que maneira os termos destacados em “[...] mas o que sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é meu dia, nenhum outro” reforçam a ideia de transitoriedade que a autora associa ao casamento?

3. No penúltimo parágrafo, a autora prossegue na reformulação da ideia de oposição que estabeleceu inicialmente no seu texto. No caderno, transcreva as expressões utilizadas nesse trecho para questionar o caráter permanente de certas coisas.

> Considerando esse penúltimo parágrafo, é possível perceber a que conclusão a autora chega a respeito do que é permanente ou provisório. Qual é ela? Explique.

4. Com base na resposta dada às questões anteriores, explique a importância do uso de adjetivos antônimos para a elaboração dessa crônica.

Observe a tira a seguir para responder às questões 5 e 6.



Frank & Ernest

Bob Thaves

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FRANK & ERNEST, BOB THAVES © 2008 THAVES/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

THAVES, Bob. Frank & Ernest. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 13 out. 2008.

5. O humor da tira é construído com base na possibilidade de dupla interpretação de uma determinada expressão. Que expressão é essa?

> Essa expressão, em geral, é usada em determinado sentido. Qual é ele?

6. Considerando as personagens, percebemos que essa expressão deve ser interpretada de forma literal. Explique.
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Usos das relações lexicais na construção da coesão textual

Algumas das relações de sentido que vimos nas seções anteriores são frequentemente utilizadas como mecanismos de articulação entre partes do texto, para garantir a coesão lexical, como veremos a seguir.



Maníaco da máquina

Um colecionador de lavadoras

[...] o paulistano Fernando Ricci passeava por uma loja de eletrodomésticos num shopping de Higienópolis quando perdeu o chão. O motivo do transtorno foi uma máquina de lavar de cor grafite com design elegante e minimalista. Era a primeira vez que via aquele modelo importado. Era a Ferrari das lavadoras. Obcecado, não sossegaria enquanto não tivesse uma daquelas na sua coleção.

A máquina estava ligada e conectada à rede de água, e ele se precipitou para explorar as configurações e ciclos de lavagem. Perdeu a noção do tempo e passou várias horas na loja. Voltou para casa encantado e triste — com preço na casa dos 14 mil reais, ela não estava propriamente ao alcance do seu salário de analista de informações numa companhia telefônica. “É um modelo que nunca terei e nem verei lavando roupa”, pensou, resignado. Mas a sorte virou. Fracasso de vendas, a lavadora foi tirada de linha. No site da fabricante, Ricci conseguiu arrematar uma das últimas unidades, vendida na queima do estoque por 2.699 reais. [...]

[...]


O fascínio de Fernando Ricci pelas lavadoras remonta à infância — ele se lembra de quando a mãe o colocava de pé sobre um banquinho para assistir enfeitiçado às maquinadas com a roupa suja da família. Aos 18 anos, quando arrumou emprego como caixa num supermercado, usou parte do salário para adquirir seu primeiro modelo. Não parou mais desde então — sempre que juntava algum dinheiro, trazia um modelo novo para casa. Ricci guarda um registro detalhado das quinze lavadoras que já adquiriu, com a data da compra, o modelo e o custo da transação.

ESTEVES, Bernardo. Esquina. Piauí, n. 89, p. 13. Disponível em:


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