Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 19 abr. 2016. (Fragmento).

1. Qual é o assunto tratado nessa crônica?

2. Ao tratar desse assunto, o cronista faz uma referência figurada a sinais de pontuação. Quais são os sinais referidos?

a) Quais são as funções desses sinais na escrita?

b) No texto, que sentido é atribuído às referências feitas a esses sinais de pontuação?

Leia o anúncio para responder às questões 3 e 4.

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REPRODUÇÃO



31º Anuário de Criação. São Paulo: Clube de Criação de São Paulo, 2007. p. 238.
Página 278

3. Como deve ser interpretado o enunciado “Trabalhe, trabalhe, trabalhe.”?

4. O segundo enunciado presente no anúncio faz uma ressalva ao primeiro (“Trabalhe, trabalhe, trabalhe.”). Qual é essa ressalva e que sentido se deve atribuir a ela?

> Qual é a relação estabelecida, no anúncio, entre essa ressalva e o sentido atribuído ao enunciado “Trabalhe, trabalhe, trabalhe” na questão anterior?

O texto publicitário abaixo serve de base para as questões de 5 a 8.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA



Veja. São Paulo: Abril, ano 41, ed. 2055, n. 14, p. 99, 9 abr. 2008.

A vírgula


A vírgula pode ser uma pausa, ou não.
Não, espere.
Não espere.
A vírgula pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso, só ele resolve.
Ela pode forçar o que você não quer.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode acusar a pessoa errada.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
A vírgula pode mudar uma opinião.
Não quero ler.
Não, quero ler.

Uma vírgula muda tudo.


Associação XXX, 100 anos lutando para que ninguém mude nem uma vírgula da sua informação.

5. Para comemorar seus 100 anos, uma associação publicou o texto publicitário reproduzido acima. Como deve ser entendido o slogan “Uma vírgula muda tudo”?

> Quando o texto afirma que a associação luta “para que ninguém mude nem uma vírgula da sua informação”, deixa implícita uma opinião sobre o que pode acontecer caso não exista uma associação como essa. Que opinião implícita é essa?

6. O texto procura, por meio de vários exemplos, ilustrar a afirmação de que “uma vírgula muda tudo”. Como isso é feito?

7. Releia.

“ELA [A VÍRGULA] PODE FORÇAR O QUE VOCÊ NÃO QUER.

Aceito, obrigado.

Aceito obrigado.

PODE ACUSAR A PESSOA ERRADA.

Esse, juiz, é corrupto.

Esse juiz é corrupto.”

> Que sentido tem cada um dos exemplos dados nos dois casos acima?

8. Para entender o jogo de sentido construído nesses casos quanto à afirmação que os introduz, o leitor precisa interpretar de uma certa maneira o slogan “Uma vírgula muda tudo”. Explique.

> Após a análise desses exemplos, podemos afirmar que o slogan não deve ser interpretado literalmente. Por quê?
Página 279

O texto publicitário abaixo serve de base para as questões de 9 a 11.

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DOE VIDA


Pasta. São Paulo, n. 10, p. 86, set.-out. 2007.

Com doação de órgãos, a vida continua.



9. Qual é a finalidade desse anúncio?

> Que elementos deixam clara essa finalidade?

10. Que recursos visuais foram utilizados pelos criadores do anúncio?

> No contexto do anúncio, o que esses elementos simbolizam?

11. Considerando as funções linguísticas desses elementos, como a relação de sentido construída pelos autores do texto pode ser explicada?

Enem e vestibulares

1. (Unesp) [...] e aspiram à vida isenta de compromissos com valores do passado.

Na frase apresentada, a colocação do acento grave sobre o “a” informa que.

a) o “a” deve ser pronunciado com alongamento, já que se trata de dois vocábulos, um pronome átono e uma preposição, representados por uma só letra.

b) o “a”, por ser pronome átono, deve ser sempre colocado após o verbo, em ênclise, e pronunciado como um monossílabo tônico.

c) o verbo “aspirar”, na regência em que é empregado, solicita a preposição “a”, que se funde com o artigo feminino “a”, caracterizando uma ocorrência de crase.

d) o “a”, como artigo definido, é um monossílabo átono, e o acento grave tem a finalidade de sinalizar ao leitor essa atonicidade.

e) o termo “de compromissos com valores do passado” exerce a função de adjunto adverbial de “isenta”.

2. (Fuvest)

Leia o seguinte texto, que trata das diferenças entre fala e escrita:

Talvez ainda mais digno de atenção seja o desaparecimento [na escrita] da mímica e das inflexões ou variações do tom da voz. A sua falta tem de ser suprida por outros recursos.

É, neste sentido, que se torna altamente instrutiva a velha anedota, que nos conta a indignação de um rico fazendeiro ao receber de seu filho um telegrama com a frase singela – “mande-me dinheiro”, que ele lia e relia emprestando-lhe um tom rude e imperativo. O bom homem não era tão néscio quanto a anedota dá a entender: estava no direito de exigir da formulação verbal uma qualidade que lhe fizesse sentir a atitude filial de carinho e respeito e de refugar uma frase que, sem a ajuda de gestos e entoação adequada, soa à leitura espontaneamente como ríspida e seca.

CÂMARA JR., J. M. Manual de expressão oral e escrita. São Paulo: Vozes, 2001. (Adaptado).



a) Considerando-se que o verbo da frase do telegrama está no imperativo, se essa mesma frase fosse dita em uma conversa telefônica, haveria possibilidade de o pai entendê-la de modo diferente? Explique.

b) Reescreva a frase do telegrama no caderno, acrescentando-lhe, no máximo, três palavras e a pontuação adequada, de modo a atender a exigência do pai, mencionada no texto.
Página 280

Usos da pontuação

Ver orientações para esta seção no Guia de recursos.

Pela natureza da função que desempenham, os sinais de pontuação são utilizados em qualquer texto escrito. Em algumas situações mais específicas, porém, observamos que, tendo concebido uma determinada estrutura sintática para seu texto, um autor precisa fazer um uso particular da pontuação para manter uma estrutura paralelística. É o que vemos na crônica de Paulo Mendes Campos reproduzida a seguir. Leia-a com atenção.



O amor acaba

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra o automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

CAMPOS, Paulo Mendes. O amor acaba: crônicas líricas e existenciais. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. p. 21-22.

Nessa crônica lírica, Paulo Mendes Campos apresenta uma longa enumeração de circunstâncias associadas ao fim do amor. Para criar a estrutura desejada, o autor utiliza dois sinais de pontuação: a vírgula e o ponto e vírgula.

Com eles, estabelece diferentes unidades dentro do longo parágrafo que constitui o texto. O ponto e vírgula é utilizado para delimitar sequências de imagens associadas a cada uma das circunstâncias identificadas como momentos em que o amor acaba. Dentro de cada conjunto, as vírgulas aparecem para separar os elementos enumerados que, juntos, criam as unidades internas do texto.

O efeito provocado pelo uso sistemático e repetitivo desses dois sinais de pontuação permite que o leitor identifique a estrutura do texto por meio do ritmo criado pela pontuação recorrente.

O resultado é uma perfeita associação entre forma e conteúdo, porque a intenção de Paulo Mendes Campos é a de afirmar, por meio das muitas circunstâncias e imagens apresentadas, uma mesma ideia: o amor acaba em qualquer lugar e a qualquer momento.



Pratique

Você viu, na crônica que acabou de ler, como o uso intencional de alguns sinais de pontuação pode impor um ritmo de leitura e, assim, contribuir para o desenvolvimento de uma determinada ideia, essencial para o sentido do texto. Sua tarefa será escrever uma crônica utilizando uma estrutura semelhante àquela apresentada no texto de Paulo Mendes Campos, na qual vírgula e ponto e vírgula desempenham um papel fundamental.

O tema da sua crônica será: O amor começa.

Antes de começar a escrever, procure identificar as circunstâncias associadas ao momento do início do amor que você quer apresentar em seu texto. Pense, além disso, nas imagens e características por meio das quais cada uma dessas circunstâncias será especificada.


Página 281

PRODUÇÃO DE TEXTO

Unidade 6 - Narração e descrição

A narração é, possivelmente, o mais antigo de todos os tipos de texto. Desde que a linguagem passou a fazer parte da existência humana, as pessoas dela se utilizam para relatar acontecimentos. Dentre muitos gêneros narrativos, nesta unidade conheceremos o conto.

Capítulo

17. Conto, 282
Página 282

Capítulo 17 - Conto

O modo como o narrador do conto caracteriza a personagem feminina pode parecer, a princípio, preconceituoso. É importante, porém, que essa caracterização seja considerada a partir da revelação final do conto, quando, à luz da relação existente entre as personagens, compreende-se a razão de a personagem feminina ter sido apresentada como uma mulher muito gorda. Sugere-se que, após a leitura, seja feito um debate com os alunos sobre o modo como diferentes autores, escrevendo em diferentes momentos, caracterizam as personagens masculinas e femininas. Essa caracterização tem uma forte relação com o sistema de valores do momento em que os textos são criados. Em 2008, Moacyr Scliar escreveu uma outra versão para “Espaço vital”, no qual as duas personagens são apresentadas como “corpulentas”. Se julgar interessante ler esse texto para que os alunos comparem com o conto aqui reproduzido, ele pode ser encontrado no Guia ou no link
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