TESTE SEU CONHECIMENTO
ATIVIDADES
Existem várias teorias que explicam a chegada dos seres humanos à América. As pesquisas mais recentes em sítios arqueológicos permitiram a elaboração de hipóteses que contestaram teorias anteriores e criaram novas explicações para esse processo. Leia as seguintes afirmativas sobre esse tema e escolha a opção correta. Depois, justifique o erro das afirmativas falsas no caderno.
I. A teoria Clóvis é uma das principais explicações para o povoamento da América. Ela defende que os seres humanos atravessaram o estreito de Bering há cerca de 15 mil anos, saindo da Ásia, e depois povoaram todo o continente americano.
II. A teoria Clóvis foi questionada por outros pesquisadores, como é o caso de Walter Neves. Ele defende que uma onda migratória que povoou a América pode ter sua origem na África.
III. A descoberta do crânio de Luzia ajudou a demonstrar a validada teoria Clóvis, já que as características morfológicas do crânio indicaram a existência de traços asiáticos no povo de Lagoa Santa.
IV. As pesquisas coordenadas por Niède Guidon também questionaram a validade da teoria Clóvis, defendendo a existência de diversas levas migratórias de grupos humanos para o continente americano.
a) As afirmativas I e II estão corretas.
b) As afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas a afirmativa IV está correta.
d) As afirmativas II, III e IV estão corretas.
e) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
2. Sítios arqueológicos no Brasil
Entre 1834 e 1844, o naturalista dinamarquês Peter Lund se dedicou a estudar as cavernas da região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, onde encontrou milhares de fragmentos de ossos fossilizados de animais, além de alguns fósseis humanos.
Um século depois, os pesquisadores já identificaram cerca de 20 mil sítios arqueológicos pré-históricos no Brasil, nos quais foram encontrados objetos de pedra e cerâmica, esculturas e restos de alimentos de milhares de anos. Esses vestígios ajudam a reconstituir hábitos e costumes dos primeiros ocupantes de nosso território (uma das mais importantes fontes desses estudos são as pinturas rupestres, como veremos na seção Olho vivo, nas páginas 42 e 43).
Entre os sítios arqueológicos, os pesquisadores já localizaram também, em trechos do litoral brasileiro, muitos sambaquis.
NÃO ESCREVA NO LIVRO
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OLHO VIVO
FONTE: Niède Guidon/Acervo da fotógrafa
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Luta gravada na rocha
As inscrições rupestres, encontradas em superfícies rochosas, são representações muito diversas (podem conter animais, cenas de caça, de luta ou de dança, grafismos, figuras geométricas, símbolos, etc.), cujos significados são desconhecidos.
No Brasil, as pinturas rupestres mais antigas são as da serra da Capivara, no Piauí, produzidas por volta de 23 mil anos atrás, segundo alguns estudiosos. A foto dessa seção foi feita na Toca da Extrema II, na serra da Capivara, e registra desenhos produzidos ao longo de milhares de anos.
1. Esses dois arcos não fazem parte da cena da luta. Os arqueólogos os chamam de intrusão: em um mesmo espaço pictórico, outro autor, com características culturais diferentes, alterou uma pintura já existente. Repare que a pintura dos arcos tem características diferentes da dos guerreiros: o traço é mais grosso e a cor, mais escura.
2. A cena de luta central foi desenhada em um estilo chamado, pelos arqueólogos, de tradição Nordeste, que vigorou, nessa região, entre 12 mil e 6 mil anos atrás. Como nem todos os desenhos fazem parte da cena da luta nem pertencem à tradição Nordeste, deduz-se que foram produzidos em diferentes momentos e por grupos humanos distintos.
3. Esse espaço não pintado pode ser dividido por uma linha oblíqua imaginária. Ele separa os adversários em dois grupos e transmite uma noção de profundidade ao desenho. Por isso, supõe-se que quem fez o desenho tinha algum domínio técnico para representar o espaço e a posição dos elementos na cena.
4. Muitas vezes, nas cenas de luta, as armas são desenhadas como atributos dos guerreiros, identificando-os, e por isso estão próximas deles.
5. Esse animal é um cervídeo (cervo, veado), muito representado nas inscrições rupestres do Brasil. O cervo desenhado, contudo, não faz parte da cena da luta e provavelmente foi pintado em outro momento.
6. Guerreiros atingidos por lanças.
7. Lança arremessada em direção a um inimigo.
8. Guerreiros em confronto corpo a corpo.
9. Esses grafismos não fazem parte da cena da luta. Seu significado é desconhecido.
10. Essa figura antropomórfica, com traços essenciais humanos, não tem relação com a cena da luta. Pode representar um espírito, uma divindade ou mesmo um animal que assumiu aparência humana.
Texto elaborado com base em: Entrevista com a livre-docente em arte rupestre Anne-Marie Pessis, concedida aos autores em 10 dez. 2008; PESSIS, Anne-Marie. Imagens da Pré-História. Parque Nacional Serra da Capivara: Fumdham/Petrobras, 2003; PROUS, André; RIBEIRO, Loredana; JORGE, Marcos. Brasil rupestre. Arte pré-histórica brasileira. Curitiba: Zencrane Livros, 2007.
Professor(a), no Procedimento Pedagógico deste capítulo há uma Atividade Alternativa sobre as pinturas rupestres. Além disso, partindo delas, há uma proposta de fechamento dos trabalhos com a Unidade 1.
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Os sambaquis
Acredita-se que, entre 7 mil e 6 mil anos atrás, estabeleceram-se no litoral brasileiro povos que viviam da caça, de recursos marinhos e da coleta de frutas e raízes. Esses povos, entre outras características, adquiriram o costume de empilhar as conchas dos moluscos coletados junto com restos de comida, ossos de animais e ferramentas. Aos poucos, essas pilhas se transformaram em grandes elevações, algumas com mais de 20 metros de altura, chamadas concheiros ou sambaquis (palavra tupi que quer dizer 'amontoado de mariscos'). Nessas elevações, as pessoas construíam suas moradias e enterravam seus mortos.
Os sambaquis são encontrados em vários trechos do litoral brasileiro. Os povos dos sambaquis desapareceram por volta de 1500.
São Raimundo Nonato (PI)
Uma grande concentração de sítios arqueológicos no Brasil encontra-se no Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí. Com mais de setecentos sítios, o local é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Nessa região, o sítio arqueológico de Boqueirão da Pedra Furada é o mais antigo e importante. Nele foram encontrados vestígios de presença humana com cerca de 50 mil anos.
FONTE: Adaptado de: SOUSA, Rodrigo Almeida de. Gestão da geoinformação e o patrimônio brasileiro: a experiência do Centro Nacional de Arqueologia-Iphan. Disponível em: www.ggp.uerj.br/2014/downloads/palestras/dia09/Apresentacao_GGP_09_12_ISP.pdf. Acesso em: 13 out. 2015. Créditos: Banco de imagens/Arquivo da editora
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Lagoa Santa (MG)
A região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, é outro sítio arqueológico muito importante do país, onde foi encontrado o crânio de Luzia, indicando haver presença humana na atual América do Sul desde 11 mil anos atrás. Dessa época também são os vestígios humanos no Vale do Peruaçu, no alto São Francisco (MG).
LEGENDA: Fósseis humanos encontrados em Lagoa Santa (MG), pertencentes à mesma população que Luzia, ou seja, têm entre 10 mil e 12 mil anos de idade. Os fósseis são mantidos no Museu Arqueológico da Lapinha, em Lagoa Santa.
FONTE: Ricardo Azoury/Pulsar Imagens
As tradições Umbu e Humaitá
Entre 9500 a.C. e 1500 d.C., os campos da região Sul do atual território brasileiro e partes do estado de São Paulo foram ocupados por grupos da tradição Umbu, considerados os difusores de armas de caça: o arco e flecha e as boleadeiras.
Os povos da tradição Humaitá viveram na mesma região e chegaram a dividir espaço com os povos da tradição Umbu, passando, apenas posteriormente, a ocupar as áreas de matas e as partes altas ou encostas. Fabricavam instrumentos de pedra e alimentavam-se de caça e pesca e de pinhão, que era consumido assado, cozido ou em farinha.
Glossário:
Boleadeira: arma de caça formada por duas ou três bolas de pedra amarradas em tiras de couro, que eram arremessadas contra as pernas do animal durante a caça, de modo a derrubá-lo e imobilizá-lo. Nos Pampas gaúchos, atualmente, um instrumento que se vale do mesmo princípio é utilizado para campear gado.
Pinhão: semente das árvores da espécie das pinácias e das araucárias, como o pinheiro. Nessas árvores, as sementes ficam dentro de uma pinha, que não é considerada fruto.
Fim do glossário.
Povos tapajônicos e marajoaras
Pesquisas arqueológicas comprovam a ocupação da região amazônica por povos caçadores-coletores desde 12 mil anos atrás. Por volta de 2000 a.C., alguns desses povos começaram a praticar a agricultura e a arte da cerâmica. E, entre os anos 1000 a.C. e 1000 d.C., surgiram sociedades com uma organização social hierárquica e uma cultura mais complexa.
A cultura tapajônica desenvolveu-se em uma dessas sociedades, às margens do rio Tapajós, próximo da atual cidade de Santarém, no Pará, e se caracterizou pelo uso de urnas e outros objetos de cerâmica decorados com representações de animais ou pessoas.
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Há cerca de 3,5 mil anos, também na atual região amazônica, grupos de agricultores começaram a colonizar a ilha de Marajó, na foz do rio Amazonas. Ali, por volta do ano 200, surgiu a mais notável cultura amazônica do período anterior à chegada dos europeus no Brasil: a civilização marajoara.
LEGENDA: Recipiente de cerâmica em forma de jacaré da cultura tapajônica (datado entre os anos 900 e 1700). Os pesquisadores acreditam que objetos como esse eram utilizados em cultos e cerimoniais religiosos.
FONTE: Renato Soares\Acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA.
Paleoíndios do Sul e do Sudeste
Por volta de 3500 a.C., desenvolveu-se no Sul e no Sudeste do atual território brasileiro uma cultura de agricultores e ceramistas conhecida como povo de Itararé. Esses paleoíndios se instalaram em regiões de altas altitudes e de clima frio. Para se abrigar, eles construíam suas habitações abaixo do solo, em buracos de até 8 metros de profundidade e 20 metros de diâmetro que, depois, eram cobertos com um teto feito provavelmente de madeira, argila e gramíneas. As habitações se comunicavam entre si por meio de túneis, onde também eram armazenados os alimentos.
LEGENDA: Mó e mão de mó encontrados por agricultores no município de Tibagi (PR) e doado ao Museu Paranaense. Por estar associado à tradição Itararé-Taquara do Paraná, o objeto teve sua idade estimada entre 4 mil anos e 300 anos.
FONTE: Zig Koch/Natureza Brasileira
População sedentária do alto Xingu
Estudos recentes revelam que, entre os anos 1200 e 1600, a região do alto Xingu foi habitada por uma sociedade sofisticada, que construía aldeias de formato circular, com praças, pontes e represas. As maiores aldeias eram protegidas por fossas profundas e paliçadas. Ao redor delas, havia um cinturão agrícola com produtos cultivados na fértil terra preta (sobre a terra preta, veja o boxe na página a seguir).
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As aldeias eram interligadas umas às outras por meio de estradas retilíneas de terra batida, com 3 a 5 quilômetros de extensão e 10 a 50 metros de largura. Há indícios de que a região chegou a abrigar 19 aldeias. De acordo com os cientistas, a população dessas aldeias variava de 2,5 mil a 5 mil pessoas. Essa concentração populacional é, segundo os especialistas, típica de uma sociedade sedentária com algum grau de divisão social hierárquica.
LEGENDA: Indígenas da etnia Waurá dançando durante a cerimônia da Quebra da Castanha de Pequi, em Gaúcha do Norte (MT). Foto de 2013.
FONTE: Renato Soares/Pulsar Imagens
DIALOGANDO COM... GEOLOGIA E QUÍMICA
Terra preta
A terra preta é um solo de coloração escura que, em sítios arqueológicos, pode aparecer misturada a restos de material arqueológico, como cerâmicas, carvão e artefatos líticos (ou seja, de pedra). Ela é encontrada na Amazônia, normalmente em terra firme, próxima às margens dos rios. As áreas de terra preta geralmente têm de dois a seis hectares de extensão e profundidade de 30 cm a 60 cm. Mas há casos em que chegam até a 280 hectares com profundidade de até 2 m.
A população que vive às margens dos rios utiliza a terra preta para a agricultura. Trata-se de um solo extremamente fértil por conter substâncias fundamentais para o crescimento das plantas - fósforo, cálcio, enxofre, carbono, magnésio e nitrogênio - e em maior quantidade do que a maior parte dos solos das florestas tropicais.
Até a década de 1980, acreditava-se que a terra preta teria se formado naturalmente ao longo do tempo. Hoje, cada vez mais os pesquisadores se convencem de que a terra preta teria surgido como resultado do manejo do solo praticado pelas populações humanas que viveram na região amazônica cerca de mil anos atrás.
Com esse manejo, os paleoíndios da região pretendiam melhorar a qualidade da terra para cultivar seus alimentos. Entretanto, embora os cientistas estejam estudando a terra preta há décadas, até hoje não se sabe como ela era produzida.
Texto elaborado com base em: PIVETA, Marcos. A luz que o homem branco apagou. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2003/10/01/a-luz-que-o-homem-branco-apagou/. Acesso em: 7 out. 2015; SOLOS de terra preta podem ser solução para a agricultura na Amazônia. Disponível em: http://historia-ancestral.blogspot.com.br/2013/03/terra-preta.html. Acesso em: 13 out. 2015; MANN, Charles. 1491: novas revelações das Américas antes de Colombo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.
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ESQUEMA-RESUMO
Origens do ser humano na América
Teorias sobre o povoamento
Teoria Clóvis
· Migração pelo estreito de Bering
· Populações de origem asiática
· Migração iniciou há cerca de 15 mil anos
Teoria de Walter Neves
· Ondas migratórias saindo da África e da Ásia
Teoria de Niède Guidon
· Diversas ondas migratórias
· Presença humana no continente datada de até 50 mil anos atrás
Primeiros habitantes do atual território brasileiro (estudo de evidências arqueológicas)
Principais sítios arqueológicos
Sambaquis (Vários trechos do litoral brasileiro)
· Viviam de recursos marinhos, caça e coleta
· Construíam sambaquis
São Raimundo Nonato (Piauí)
· Grande concentração de sítios arqueológicos
Lagoa Santa (Minas Gerais)
· Encontrado o crânio de Luzia
Tradições Umbu e Humaitá (Região Sul e partes do estado de São Paulo)
· Tradição Umbu: difundiu o uso de armas de caça
· Tradição Humaitá: fabricava instrumentos de pedra e se alimentava de caça e pesca
Povos tapajônicos e marajoaras (Região amazônica)
· Sociedade complexa
· Domínio da agricultura
Povo de Itararé (Regiões Sul e Sudeste)
· Construíam habitações abaixo do solo
População sedentária do alto Xingu (Região do alto Xingu)
· Sociedade complexa
· Domínio da agricultura
A ocupação do atual território brasileiro por diferentes povos originou variadas formas de organização social e tradições culturais. Com base na observação do esquema-resumo e na leitura do capítulo, compare as principais formas de organização social que se desenvolveram a partir da ocupação do território. Descreva também as semelhanças e as diferenças existentes entre os povos que ocuparam a região.
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ATIVIDADES
ORGANIZANDO AS IDEIAS
NÃO ESCREVA NO LIVRO
1. O passado dos povos que viviam no atual território brasileiro antes da chegada dos europeus pode ser conhecido por meio de vestígios encontrados pelos arqueólogos. Quais são os tipos de vestígios mais importantes para esse tipo de pesquisa?
2. Os grupos humanos que, segundo as pesquisas atuais, chegaram ao litoral brasileiro entre 7 mil e 6 mil anos atrás são denominados de "povos dos sambaquis". O que são os sambaquis e para que serviam?
3. Aponte as principais características e a importância dos sítios arqueológicos da serra da Capivara e da região de Lagoa Santa.
4. Aponte e compare as principais características dos povos de tradição Umbu, Humaitá e Itararé.
5. A região amazônica já era habitada há cerca de 12 mil anos por povos caçadores-coletores. Por que podemos afirmar que esses povos constituíram sociedades complexas?
6. Vimos no boxe Terra preta que, segundo os pesquisadores, esse tipo de terra surgiu a partir das ações das populações humanas que viveram na região amazônica. Sobre esse tema, responda ao que se pede.
a) O que é a terra preta e qual é sua importância para o desenvolvimento da agricultura na região?
b) De que forma os pesquisadores explicam atualmente o surgimento da terra preta na região?
INTERPRETANDO DOCUMENTOS: IMAGENS
1. Um dos locais tombados como patrimônio arqueológico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) situa-se no município de Ingá, na Paraíba, a cerca de 100 quilômetros da capital, João Pessoa, onde está a Pedra do Ingá, um bloco de pedra com 24 m de comprimento e 4 m de altura, repleto de gravuras em baixo-relevo, chamadas itaquatiaras. Essas inscrições foram feitas pelos paleoíndios que viveram na região milhares de anos atrás.
Observe a foto com as inscrições produzidas na pedra e resolva as atividades.
a) Procure identificar o significado das figuras representadas na pedra.
b) Levante hipóteses sobre os motivos que teriam levado os habitantes da região a inscrever essas figuras na pedra.
LEGENDA: Itaquatiaras (inscrições rupestres) na Pedra do Ingá, no sítio arqueológico de Ingá, na Paraíba, em foto de 2014.
FONTE: Andre Dib/Pulsar Imagens
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2. Nos sítios arqueológicos brasileiros, os pesquisadores encontraram diversos exemplos de artefatos produzidos pelas sociedades que povoaram a América ao longo do tempo. As imagens ao lado são representações de dois objetos produzidos por diferentes culturas. Observe-as atentamente e responda ao que se pede no caderno.
LEGENDA: Bola de boleadeira, datada de aproximadamente 9 mil anos atrás. As bolas de boleadeira são peças finamente trabalhadas em pedra, possuindo em sua porção média um sulco que permite amarrar uma tira de couro ou de fibra vegetal.
FONTE: Reprodução/Museu Antropológico do Rio Grande do Sul
LEGENDA: Objeto de cerâmica que possui entre 300 anos e 2 mil anos de idade. O artefato encontra-se no Museu Paranaense, em Curitiba (PR).
FONTE: Zig Koch/Natureza Brasileira
TESTE SEU CONHECIMENTO
NÃO ESCREVA NO LIVRO
1. (UEPB)
As itaquatiaras são gravuras feitas em rochas, pintadas ou não, que circundam leitos de rios. Há exemplares desta técnica em Pernambuco, tanto às margens do São Francisco como nos limites com a Paraíba.
SOUZA, Antônio Clarindo Barbosa de; SOUZA, Fábio Gutemberg R. B. História da Paraíba. EDUFCG. p. 19
Identifique a alternativa correta.
a) O sitio arqueológico do Ingá de Bacamarte abrange uma área de aproximadamente 82 hectares, sendo considerado o maior do Brasil.
b) As itaquatiaras do Ingá são formadas por um só bloco de gnaisse medindo aproximadamente 52 m de comprimento por 10 m de largura.
c) As gravuras do painel (itaquatiaras do Ingá) representam exclusivamente figuras zoomorfas, não existindo presença de fitomorfos e antropomorfos.
d) As itaquatiaras mais famosas do Brasil são as do Ingá, na Paraíba, por serem únicas no mundo em sua forma, constituindo um enigma e um desafio para os estudiosos da Pré-História.
e) A importância do sítio arqueológico do Ingá de Bacamarte se dá devido a ser o único do estado da Paraíba e por estar situado na região do Piemonte da Borborema, a 84 quilômetros de João Pessoa e 30 quilômetros de Campina Grande.
2. (Fuvest-SP )
Há cerca de 2 mil anos, os sítios superficiais e sem cerâmica dos caçadores antigos foram substituídos por conjuntos que evidenciam uma forte mudança na tecnologia e nos hábitos. Ao mesmo tempo em que aparecem a cerâmica chamada itararé (no Paraná) ou taquara (no Rio Grande do Sul) e o consumo de vegetais cultivados, encontram-se novas estruturas de habitações.
André Prous. O Brasil antes dos brasileiros: a Pré-História do nosso país. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 49. (Adaptado.)
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O texto associa o desenvolvimento da agricultura com o da cerâmica entre os habitantes do atual território do Brasil, há 2 mil anos. Isso se deve ao fato de que a agricultura:
a) favoreceu a ampliação das trocas comerciais com povos andinos, que dominavam as técnicas de produção de cerâmica e as transmitiram aos povos Guarani.
b) possibilitou que os povos que a praticavam se tornassem sedentários e pudessem armazenar alimentos, criando a necessidade de fabricação de recipientes para guardá-los.
c) proliferou, sobretudo, entre os povos dos sambaquis, que conciliaram a produção de objetos de cerâmica com a utilização de conchas e ossos na elaboração de armas e ferramentas.
d) difundiu-se, originalmente, na ilha de Fernando de Noronha, região de caça e coleta restritas, o que forçava as populações locais a desenvolver o cultivo de alimentos.
e) era praticada, prioritariamente, por grupos que viviam nas áreas litorâneas e que estavam, portanto, mais sujeitos a influências culturais de povos residentes fora da América.
3. (UPE) Entre os nômades, o trabalho não tem o mesmo valor que nas sociedades agrárias. Os índios Ianomâmi, da Amazônia, desenvolvem suas atividades, em média, três horas por dia e não valorizam o trabalho nem o progresso tecnológico. Os Guaiaqui, caçadores nômades da floresta paraguaia, passam, pelo menos, metade do dia em completa ociosidade. Quanto ao desenvolvimento social, do pensar e do fazer dos primeiros humanos, é correto afirmar que:
a) a produção de novas ferramentas de pedra polida foi a transformação mais importante ocorrida nesse período.
b) a fabricação de ferramentas e a utilização do fogo evidenciam que a sobrevivência humana não está diretamente relacionada à adaptação cultural do homem.
c) a abundância de recursos animais e vegetais promoveu a sedentarização do homem.
d) a capacidade de conseguir mais alimentos deu ao homem menor controle sobre o meio ambiente.
e) a troca da caça e da coleta pela agricultura ocorreu de maneira súbita.
4. Os primeiros ocupantes do atual território brasileiro se organizaram em diferentes sociedades com tradições culturais próprias. Os pesquisadores estudam essas sociedades com a ajuda de evidências encontradas nos sítios arqueológicos do território brasileiro. Leia as seguintes afirmativas e escolha a opção correta. Depois, justifique os erros das afirmativas falsas no caderno.
I. Existem inúmeros sambaquis no litoral brasileiro, grandes elevações construídas com o acúmulo de conchas, restos de comida, ossos de animais e ferramentas. Os pesquisadores ainda não sabem qual era o uso dos sambaquis e como viviam as sociedades que os construíam.
II. Os pesquisadores descobriram que os campos da região Sul do atual território brasileiro e do estado de São Paulo foram ocupados por povos de diferentes tradições culturais, como os povos da tradição Umbu e da Humaitá.
III. A região do Parque Nacional da Serra da Capivara, no atual estado do Piauí, é uma região com grande concentração de sítios arqueológicos no Brasil, tendo mais de setecentos sítios diferentes.
IV. As pesquisas arqueológicas indicam que a região amazônica só começou a ser ocupada a partir de 2000 a.C., quando povos coletores se instalaram na região e logo dominaram a agricultura.
a) As afirmativas II e III estão corretas.
b) As afirmativas I e IV estão corretas.
c) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) As afirmativas II, III e IV estão corretas.
e) Apenas a afirmativa IV está correta.
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